Amigos e amantes da Numismática Brasileira, o que hoje tenho a apresentar é uma descoberta que para alguns, seja já de conhecimento, ou até, para todos, de total desconhecimento. Ocorre que tal descoberta, pode mudar por completo a forma de como se colecionam as cédulas do Império do Brasil.
Já ouvi de vários colecionadores, que as assinaturas (autógrafos) que se aplicavam em cima das notas do Império do Brasil eram aleatórias e dadas pelos agentes financeiros das casas bancárias na hora da distribuição das referidas cédulas. Esta descoberta ora divulgada, veio a sanar em definitivo estas dúvidas. Venho salientar, que talvez, alguns colecionadores mais avançados já tinham este conhecimento, embora pouco ou nada divulgado.
Fica claro, agora, que estas assinaturas (autógrafos) seguiam um rigoroso controle por parte da Caixa de Amortização no período do Império do Brasil, divulgando-se os nomes dos agentes que tinham assinado tais cédulas e em quais quantidades e em qual ordem de numeração. Eram publicados editais dando este ordenamento de assinaturas ocorridas destes agentes, todos os anos.
Confesso que para meus parcos conhecimentos sobre a matéria, foi de uma descoberta ímpar e vejo até, que com a divulgação para todos, poderá haver uma mudança na forma que se colecionam tais cédulas, assim, como já se faz, nas moedas, onde a divulgação de que determinada moeda tenha sido cunhada em pequena quantidade, atinge valor maior em relação daquelas que existem em grande quantidade.
Estes editais eram distribuídos para todas as casas bancárias, com assinatura do Inspetor Geral da Caixa de Amortização, pois, quando aparecessem tais cédulas em circulação poderia haver conferência sobre a numeração e a conseqüente assinatura ( autógrafo). Embora, esta divulgação se dava por edital somente no ano subsequente, das cédulas que entravam em circulação e com suas assinaturas ( autógrafos). Era um avanço e tanto para os contrôles da época.
O edital que divulgo agora do ano de 1857, impresso pela TYPOGRAFIA NACIONAL no Rio de Janeiro, divulgando os dados de 1856 e devidamente assinado pelo Inspetor Geral Interino, o Comendador Miguel Cordeiro da Silva Torres Alvim, que foi Contador da Caixa de Amortização e nesta ocasião assinou como Inspetor Interino.
Acabei me aprofundando um pouco mais em minhas pesquisas, pois no sítio da INTERNET, divulgado pelo Ministério da Fazenda, traz os nomes dos Inspetores Gerais da Caixa de Amortização e lá, não relaciona o nome do Comendador Miguel Cordeiro da Silva Torres Alvim, como Inspetor Geral, mesmo interino, naquele período.
Aí consegui descobrir que o nome de Miguel Cordeiro da Silva Torres, estava também na relação dos agentes da Caixa de Amortização, que assinavam tais cédulas do Império. Descobri também que o cidadão era filho do Visconde de Jerumirim, cujo Visconde foi Ministro de Guerra do Brasil entre 1824 e 1828. Descobri que o mesmo foi Contador da Caixa de Amortização e tinha um título nobiliárquico de Comendador, e que indubitavelmente, o mesmo veio a assinar tal edital como Inspetor Geral Interino, mesmo que não conste oficialmente no site do Ministério como tal, pois, era funcionário de carreira daquela instituição e plausível de que na falta do Inspetor Geral, tenha assinado como Interino, como o fez, assinando tal edital.
Texto: João Gualberto Abib
Este Edital original do ano de 1856/1857 está a venda por R$ 2.500,00 Reais. Quem quiser ter esta raridade em suas mãos, entre em contato por e-mail abibonds@onda.com.br e se comunique com João Gualberto Abib
Texto: João Gualberto Abib
Este Edital original do ano de 1856/1857 está a venda por R$ 2.500,00 Reais. Quem quiser ter esta raridade em suas mãos, entre em contato por e-mail abibonds@onda.com.br e se comunique com João Gualberto Abib