Lembro que mesmo não sendo sócio da sociedade numismática e filatélica daquele Estado, tive mesa de negociação e pude rever grandes e potenciais clientes que tenho naquela região, que não os conhecia, apenas negociava até então, somente pelo mercado virtual, como o do Mercado Livre.
Desta forma minha ida foi muito bem proveitosa do ponto de vista financeiro, e muito bem recompensada, por conhecê-los pessoalmente.
Assim como eu, vários comerciantes de numismática, filatelia, telecartofilia, e outros, do multicolecionismo em geral, certamente, muitos estavam na mesma situação que a minha, sem serem associados naquele estado e tiveram a honra de participarem daquele MAGNÍFICO EVENTO, como convidados e todos foram muito bem recebidos.
Foi uma lição para mim, sobre o que deve ser feito para o sucesso de um EVENTO daquele porte. Lá mesmo, quando já instalados em nossas mesas de negociação, observamos que o evento estava sendo coberto por várias cadeias de televisão, rádios e jornais, inclusive alguns de fora da localidade. Eram "flashes" de iluminação de fotógrafos, com a presença de vários repórteres, de rádios e de televisão, onde tudo era perfeitamente divulgado, com a interação de todos.
Logicamente, que com esta total cobertura da imprensa em geral, observamos também, uma super-população de estranhos junto às mesas de negociação, alguns certamente leigos no assunto do colecionismo, mas bem curiosos para perguntar sobre tudo e principalmente saber como funciona a atividade. Respondi todas as perguntas e não me senti em nenhum momento ameaçado pela super-população de "Gabirús" como diz o mestre Antonio Tomaz, da sociedade do Paraná.
Acredito que todo colecionador, antes de ter decidido começar sua coleção, sendo numismata e ou filatelista, já foi também um "Gabirú", e muitos, acendeu o interesse no colecionismo em eventos desta magnitude, como foi o de Fortaleza.
Recebemos também, uma leva de alunos que vieram de várias escolas, acompanhados de seus professores e monitores, onde até, alguns alunos arriscaram a comprar algumas cédulas, daquelas de 1 a 2 reais. Lógico que compraram a título de pura curiosidade, mas assim é que se começa um novo colecionador. Falei muito com algumas professoras e professores que acompanhados de seus alunos, e a pedido deles, fiz uma explanação sobre as cédulas do Império do Brasil, todos os alunos observavam. Nada foi comprado por eles, mas a semente do colecionismo foi vendido a todos.
Depois destas visitas de alunos, e das entrevistas, o salão começou a se encher de pessoas vindas de várias regiões, onde numa dessas ondas de pessoas, apareceu uma delas, vendendo um lote de cédulas, e para minha curiosidade, fiz uma proposta indecorosa e ela foi aceita, para meu espanto. Examinando melhor o lote, tinha uma cédula bem escassa que rapidamente levei ao Irlei Neves, que acabou comprando pelo valor que eu havia pago no lote todo, assim, meu lucro foi as cédulas que restaram.
Logo em seguida, chegou um rapaz de uns 15 a 17 anos, e me apresentou um patacão 960 Réis e pedia 600,00 reais pelo mesmo, logo fui falando: neste preço só se o patacão for raro. Peguei minha lupa e examinando melhor o recunho, vi que tratava-se sobre um recunho de PERÚ LIBRE, que é de uma certa escassez, mas achei por bem não comprar, mas indiquei o amigo Irlei Neves, ao rapaz e o mesmo acabou fazendo negócio. Este mesmo rapaz, acabou voltando a minha mesa e comprou aquele restante de cédulas, que era o meu lucro daquela operação anterior. Acabei vendendo, afinal ele estava com o dinheiro da venda do patacão.
Logo depois, uma hora talvez, encontrei este mesmo rapaz, na mesa do Cléber Coimbra de Brasília, e ele acabou me dizendo que aquele lote de cédulas que havia comprado, já tinha vendido algumas e com lucro, a outros comerciantes alí mesmo no salão.
O Cléber dirigiu-se a mim, na presença dele e disse: Olhe ABIB, este menino, começou a colecionar com uns 12 anos de idade e é meu cliente também e hoje já é um colecionador de peças numismáticas. Esta é uma semente da qual plantei e hoje se colhe. Foi num destes eventos promovidos aqui no Ceará, que acendeu o interesse deste menino pelo colecionismo.
O que eu pretendo demonstrar com toda esta história??
É que os encontros devem ser divulgados, e ABERTAMENTE, pois somente assim, teremos NOVOS COLECIONADORES. Parabéns ao Cléber, por ter conseguido fazer um colecionador jovem ainda e com grande potencial de amanhã, ser talvez, um grande comerciante, pois talento e sorte já demonstrou que tem. Peço ao Cléber que se ler este artigo, faça um comentário e se lembrar do episódio, divulgue o nome deste rapaz.
Hoje, o multicolecionismo é a salvação da lavoura de muitos comerciantes, pois eu mesmo, acabei vendendo, desde: selos, moedas, cédulas, medalhas, livros numismáticos, cartões postais, imagens litografadas, até apólices da dívida pública, ações históricas de empresas centenárias e títulos de maçonaria. Este é o futuro do mercado, O MULTICOLECIONISMO, e o pessoal de Fortaleza saiu na frente.
Nos três dias do encontro, foi exaustivo, pois afinal levei mais de 90 quilos de mercadorias colecionáveis e voltei com menos de 60 quilos, mesmo assim, tive que pagar excesso de bagagem na ida e na volta, nas companhias aéreas, mas financeiramente, foi altamente rentável, pois comprei várias coleções e lá mesmo, consegui vender a outros comerciantes e colecionadores.
Do Paraná, ligado à numismática, estava somente eu e o Dr. Arno, e até com o amigo, comprei um lote de patacões 960 Réis e em menos de 2 horas, já havia vendido lá mesmo, mas o Dr. Arno ganhou na rapídez, pois levou menos de 15 minutos para comprar de outra pessoa e me repassar o lote. Realmente este encontro foi uma festa para todos.
Com este meu relato, não preciso mais falar sobre o sucesso do evento. Mas vou relatar mais, pois neste encontro foi lançado um catálogo chamado de CATÁLOGO ADRIANO DE CARTÕES TELEFÔNICOS TELEBRÁS 2008, de autoria de Adriano Vasconcelos que é publicitário e telecartofilista, e foi vendido lá no encontro a R$ 60,00 cada exemplar, um trabalho bem elaborado, com 141 páginas. O Exemplar nº 00000 foi a leilão pelos organizadores do encontro e eu como coleciono catálogos de números iniciais, acabei arrematando em leilão. Logicamente, com um pouco de ágio ao preço inicial de venda do catálogo.
Também foi lançado 10 cartões comemorativos (de propaganda) do 5º Encontro de Multicolecionismo do Ceará, cuja série teve menos de 100 exemplares cada uma e adquiri uma série completa, sendo uma de cada.
Cumprimentos pelo sucesso absoluto deste evento do qual participei, aos organizadores, na pessoa do Sr. Sérgio e ao Sr. Flávio, e aos demais colaboradores. Certamente voltarei no evento do próximo ano.
Infelizmente, a grande maioria dos comerciantes tratam os colecionadores iniciantes com certo ar de incredulidade. Comecei a colecionar com 13 anos, hoje tenho 28. Mas logo no início era difícil ser levado a sério pelos comerciantes. Parabéns a você Abib e também ao Sr. Cléber (que já tive o prazer e a honra de conhecer pessoalmente, e sou testemunha do profundo respeito que tem pelos iniciantes) pelo exemplo. Gostaria também de citar o saudoso Cícero de Lima que me recebeu muito bem quando era iniciante. E não poder me esquecer do Sr. José Tarcísio Cecílio (Zeca) e da sua simpática esposa D. Alice que sempre me receberam com muito carinho desde os meus 14 anos.
ResponderExcluirAgradeço muito a menção ao catálogo, feito com muita dedicação e carinho. Fico feliz que um exemplar 0000 esteja na sua coleção. Abraço cordial.
ResponderExcluirAdriano Vasconcelos
Gostaria de colocar aqui neste blog, do meu grande amigo, guru, ex-patrão e quase irmão (mais nôvo) João Gualberto Abib a minha preocupação quanto ao futuro da numismática, especialmente aqui no Paraná. Não conheço associações ou sociedades numismáticas fora das capitais estaduais, nas cidades do interior deste enorme país. Para minha surprêsa e incredulidade, também não vejo eventos numismáticos na Bahia, em Minas Gerais e nem no Rio de Janeiro, que tiveram e/ou ainda tem, Casa de Fundição, de Cunhagem e minas de ouro de extensa história numismática. Espelhando-me na filatelia, que sempre encontra na EBCT um parceiro fiel nos eventos e comemorações em qualquer ponto do Brasil, tanto a Casa da Moeda quanto o Banco Central do Brasil quando comparecem, são extremamente tímidos, quase anônimos. Parecem até que tem nôjo de nós, numismatas! Quem já tentou adquirir alguma moeda na sede regional do Banco Central aqui em Curitiba, sabe muito bem do que estou falando. Como se ainda não fosse o bastante, noto uma crescente divisão , quase uma rivalidade, entre os colecionadores e os comerciantes de numismática, medalhística e notafilia. Um olha o outro com asco enquanto o outro vê um como uma prêsa incauta. O que os dois lados não conseguem enxergar é que UM NÃO SOBREVIVE MUITO TEMPO SEM O OUTRO! A busca da satisfação e orgulho do colecionador, na maioria das vêzes é saciada pelo comerciante numismático que, com sua iniciativa de garimpar os mais diversos lugares atrás de uma boa oportunidade de negócio, brinda-nos nos Encontros Nacionais ou nos sites de leilão e negociação, com as raridades e excentricidades que nos encantam. Por outro lado, sem a existência dos colecionadores, que investem tempo, dedicação, estudo e muito dinheiro nas peças numismáticas, não haveria espaço para a existência do comerciante. Então, caros companheiros de colecionismo, está mais do que na hora de pararmos com êsse comportamento infantil de hostilizarem-se uns aos outros e de nos unirmos no objetivo comum de perpetrarmos nosso hobby e elevarmos o padrão de profissionalismo da Numismática Brasileira. Quem não tem competência, não se estabelece: este ditado popular, serve para ambos os lados. E, quanto ao Encontro Nacional de Curitiba, só tenho a lamentar. Estamos ficando menores a cada edição, sem divulgação, sem rostos novos e sem futuro. Os mais antigos e sábios estão fazendo a transição para a outra dimensão e nós, pobres mortais que ainda estamos aqui, estamos tentando manter o nosso hobby entre os mais novos, adeptos das diversões eletrônicas, mais agitadas, massificadas e medíocres. Oxalá consigamos fazer conforme já estamos formatando, em março/abril do ano vindouro, um mega-evento de colecionismo aqui em Curitiba, onde possamos reunir a numismática, a filatelia, a escripofilia e todos os demais colecionismos que pudermos agregar, num local amplo, bem iluminado, de fácil acesso e seguro para os participantes e para o público em geral. Já estou com alguns locais em vista, de preferência, nos melhores e mais novos shopping centers da cidade. Já contatamos a produção de um programa de atualidades, exibido em canal aberto em rede nacional, cuja apresentadora encantou-se com o breve relato que fizemos do que é e o que pode ainda vir a ser a numismática brasileira. Portanto, comerciantes e colecionadores, aguardem novidades para breve. Abraços a todos.
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