".......AFINAL ESTE LEILÃO DE 1939, FOI OU NÃO FOI O GRANDE LEILÃO DAS PEÇAS DA COLEÇÃO JULIUS MEILI?? AS QUAIS DEPOIS DE IDAS E VINDAS, ACABOU MESMO SENDO VENDIDA 30 ANOS DEPOIS DE SUA MORTE, NO BRASIL MESMO.???
GOSTARIA QUE OS ENTENDIDOS NO ASSUNTO ME RESPONDESSEM........SE ISSO ACONTECEU MESMO OU HÁ UM MAL ENTENDIDO NISTO TUDO.
A NUMISMÁTICA BRASILEIRA PRECISA DESTA RESPOSTA."
GOSTARIA QUE OS ENTENDIDOS NO ASSUNTO ME RESPONDESSEM........SE ISSO ACONTECEU MESMO OU HÁ UM MAL ENTENDIDO NISTO TUDO.
A NUMISMÁTICA BRASILEIRA PRECISA DESTA RESPOSTA."
Bem durante o decorrer destes 30 dias, houve somente um única resposta postada no próprio BLOG, "nos comentários" (vide no final daquele texto), onde o numismata e filatelista Márcio Rovere Sandoval, que é sócio correspondente da AFSC - Associação Filatélica e Numismática de Santa Catarina, e que morou muitos anos em Florianópolis e atualmente mora no exterior há seis anos, e atento as coisas numismáticas no Brasil, fez o seguinte comentário:
"Sterling Numismatic disse... (postada resposta em 17/08/2008)
Muito interessante a informação sobre este leilão das peças da Coleção Julius Meili. O primeiro leilão que temos conhecimento referente a Meili ocorreu em Amsterdã em 1910, realizado por J. Shulman. Houveram outros leilões, como o de 1926 pela mesma empresa de Amsterdã. A maioria das peças da antiga Coleção Julius Meili estão no Museu Histórico Nacional no Rio de Janeiro (moedas) e no CCBB – Centro Cultural Banco do Brasil (papel-moeda), me parece, que no Museu do Banco Central em Brasília existem algumas peças da Coleção Meili ou por ele incluídas no seu livro – O Meio Circulante no Brasil, Parte III - A Moeda Fiduciária no Brasil, publicado pela primeira vez em 1903 (Zürich), com reedição recente pelo Senado Federal. Peças desta coleção se dispersaram e foram vendidas tanto no Brasil como no exterior. Um grande abraço, Marcio Rovere Sandoval Numismata marciosandoval@hotmail.com."
Com esta resposta acima, a qual agradecemos ao colaborador, passamos a nos questionar que por de trás desta história toda deveria ter mais coisas a ser elucidada.
Fomos ao encontro Numismático de S. Paulo, ocorrido entre 21 a 23 de agosto ( veja postagem sobre este encontro no artigo anterior postado neste mesmo BLOG) e lá encontrei-me com o veterano numismata Dr. Roberto Vilella Lemos Monteiro, de S. Paulo, o qual é leitor e entusiasta dos textos numismáticos publicados pela SNP - Sociedade Numismática Paranaense, o qual é associado também, cujo Boletim, sempre colaboro com artigos e desta forma, nos conhecemos.
Entreguei-lhe a cópia do catálogo do Leilão das peças de Júlio Meili, ocorrida em 1939. O Dr. Roberto Vilella pegou o assunto como um desafio, o de dar-me uma resposta.
Para minha surpresa, recebi sua ligação em meu escritório em Curitiba, logo após o evento de S.Paulo, cerca de dois a três dias do término, e o resultado é que a dedicação deste colecionador veterano, em pesquisas em sua biblioteca de livros numismáticos, tão rapidamente, trouxe para mim e para a plebe da Numismática Brasileira, respostas sobre tudo o que pairou sobre a coleção Julius Meili. Isto é um exemplo de cidadania numismática, ou melhor, do comprometimento das coisas numismáticas.
Ao amigo Dr. Roberto Vilella, e ao Sr. Márcio Rovere Sandoval, meus sinceros agradecimentos.
A resposta elucidativa sobre a coleção de Julius Meili, também reconhecido no meio numismático como "PAI DA NUMISMÁTICA BRASILEIRA", toda esta questão sobre idas e vindas de sua coleção, por pesquisa e indicação do Dr. Roberto Vilella, estava publicada em 1990 no livro "Ouro em Pó e em Barras - Meio Circulante no Brasil" de autoria de KURT PROBER ou ISA CH'AN (nome de batismo na maçonaria), às páginas 35 a 37 daquela edição. Cujo texto reproduzo integralmente a seguir:
Coleção "Julius Meili" - Suiça - 1890 - 1907
Este colecionador era cidadão suiço, nascido em 13.03.1837 e falecido em 26.09.1907. No ano de 1870 veio ao Brasil ( Rio de Janeiro), tornando-se um excelente estudioso de nossa lingua e um numismata aficcionado e pioneiro.
Por volta de 1875 estabeleceu-se em Salvador (BA), como sócio da firma "Meili, Diethelm & Co." e algum tempo depois, tornou-se Consul da Suiça, na Bahia, onde foi aumentando a sua formidável coleção numismática brasileira e portuguesa, matéria sobre a qual ele foi paulatinamente publicando 8 obras de verdadeiro mestre, hoje consideradas "CLÁSSICAS", e que acabaram por lhe dar o cognome de PAI DA NUMISMÁTICA BRASILEIRA.
Já em 1890 tinha publicado o "Catálogo" de sua Coleção Brasileira de Medalhas do Império, com 37 pranchas (tamanho 4º), descrevendo 229 peças. Mas já desde 1905 vinha preparando um CATÁLOGO GERAL do mesmo setor (medalhística). que lamentavelmente não conseguiu terminar. Chegou a imprimir mais de 130 pranchas de ilustrações de medalhas para esta nova edição, faltando apenas imprimir a numeração das peças nestas pranchas, para então ser preparada a parte descritiva. A impressão tinha sido feita em folhas de cartão gessado de 24 x 32 cm. de forma impecável, pois Meili não costumava tirar fotos de suas peças, mas sim, de todas ele fazia MOLDES DE GESSO, que arrumados, eram fotografados pela clicheria como página completa, não ocasionando o "gesso fosco" os tão desagradáveis reflexos de luz.
Tendo falecido o autor, a tipografia depois naturalmente inutilizou todo este estoque de pranchas já impressas, mas alguém.......guardou o original e alguns jogos destas pranchas avulsas, e foram encontradas por volta de 1950 pelo livreiro ERICH EICHNER , numa de suas viagens pela Europa. Ele comprou todo este rebutalho e o trouxe para sua livraria KOSMOS, no Rio de Janeiro, Mais tarde me chamou para separar tudo em lotes vendáveis. Além do ORIGINAL, manuscrito, consegui formar 3 jogos de pranchas incompletos, que depois foram aqui vendidos, tendo eu conseguido comprar o jogo mais completo ( com 131 pranchas), que ainda tenho em minha biblioteca. Ainda hoje sou grato ao meu falecido Ir.: Eichner, há muito falecido.
DAQUI PARA FRENTE COMEÇAM A APARECER AS RESPOSTAS ( Grifo e título do Blogueiro)
Continuação do Texto de KURT PROBER/ ISA CH'AN.
Ao falecer, Julius Meili doou a sua fenomenal coleção de MOEDAS, MEDALHAS, PAPEL MOEDA, BIBLIOTECA e todos os seus Medalheiros ao SCHWEIZERISCHES LANDESMUSEUM, de Zurich ( Suiça), com a condição deste acêrvo NUNCA SER RETALHADO.
Mas o aludido MUSEU não soube respeitar a intenção altruística do doador, que queria ver preservado pela sua pátria, a SUIÇA, a maior coleção do mundo, então, de numismas brasileiros.
Já em 10.10.1910, o "honorável MUSEU tinha mandado vender em leilão, pela firma J. SCHULMAN, de Amsterdan ( Holanda) a magnífica biblioteca numismática de Julius Meili, repleta de obras raras, e em 3.4.1911 ainda, foram leiloadas as moedas Portuguesas e o que presumivelmente tenham sido pseudo-duplicatas ou peças da coleção que não constavam dos livros impressos, o que em inglês costuma chamar-se: de "ODDS and ENDS".
Passaram mais 20 anos, e de há muito a 1ª Guerra Mundial, quando o Museu , em 29.5.1931, escreveu uma carta ao Consul ALBERT GERTSCH, da Suiça no Rio de Janeiro, em que encarrega o consulado de encontrar aqui no Brasil um comprador para a famosa COLEÇÃO MEILI, que em 1907 recebera em doação, pois de repente achavam, que o material não lhes interessava, por não ser SUIÇO, e que preferiam beneficiar-se com os 50.000 Francos Suiços que o conjunto (então) deveria valer.
No Rio de Janeiro o único possível comprador gabaritado financeiramente, o Dr. Guilherme Guinle, não se interessou , pois não quis assumir o compromisso de NÃO RETALHAR A COLEÇÃO futuramente, como me contou em 1940. O Museu Histórico Nacional incipiente, que formou a sua seção de Numismática com o acêrvo vindo da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, mal tinha conseguido pagar a coleção de PEDRO MASSENA (.....que teve de esperar 8 ou 10 anos pelo dinheiro....), por sua vez não tinha verba para compra de tal vulto, e além disto, estava "saturado" com as doações vultuosas recebidas do Dr. Guilherme Guinle.
Finalmente o Consulado Suiço encontrou um comprador, na pessoa do cidadão suiço PEDRO SPOERY, residente em São Paulo, que pensava fazer um belo negócio, mas acabou sendo ludibriado por sua inabilidade de negociar o conjunto, ainda mais depois da Revolução Constitucionalista de São Paulo de 1932. Era um conjunto GRANDE DEMAIS, para o ambiente numismático da época ( e ainda hoje seria...), sem ser retalhado para venda, impossível.
Assim, depois de 1932 o Sr. Spoery sumáriamente começou a vendendo particularmente certas peças raras, mas o que pensou ser fácil, para ele se tornou impossível na prática.
Nestas condições, a partir de 1936 o Sr. Pedro Spoery resolveu entregar a Coleção MEILI, desfalcada de algumas peças raras que ele já vendera diretamente ao sr. HERMANN PORCHER, e nesta última, durante 1947/1948 apenas, participei como "comanditário" etc..., para mim a pior experiência de minha vida.
Pois bem, com a Coleção MEILI, organizou o seu primeiro leilão em 20.03.1937, começando a retalhar a famosa coleção no setor OURO,PRATA, etc.
Daqui por diante, o DESTEMIDO KURT PROBER ( Veja texto que escrevi sobre sua morte - 1º texto publicado neste BLOG) faz uma pequena (nota) como ele cita, mas com uma CERTA DOSE DE SAGACIDADE próprio do PROBER, onde na defesa das causas numismáticas e de suas próprias causas, DESTRÓI REPUTAÇÕES E LANÇA CALÚNIAS, muitas vezes sem explicação lógica, no meio de seus vários textos de Numismática, que desta forma, chega até a transmitir ao leitor um certo desequilibrio do autor.
Em quase todas as suas OBRAS, chega-se a um ponto, onde ele o "destemido", pede um aparte e descasca toda sua fúria sobre alguém, assim, durante toda sua trajetória, acumulou muitos admiradores, mas também muitos inimigos e desafetos. Caberia até a um estudioso das obras de Prober, tentar ao menos desvendar "entender" este espírito, nas várias acusações que lançou, como "apartes" ou "notas". Algumas, devidas e outras de pura calúnia, manchando para sempre as reputações de alguns numismatas, através de suas obras.
(((Continuação de Prober.....NOTA) - Este cidadão era de nacionalidade guatemalteca, nascido em 1.9.1902, de conformidade com a Certidão de Nascimento nº 1958398, de 15.6.1925, do Registro Livro 42, Fls 417 de 4.9.1902, tinha o nome de GERMAN ROMANO, NOME, RETRATO, E ASSINATURA QUE AINDA USAVA NO PASSAPORTE DE 21.1.1926, nº 59 livro 108 fls 59. Mas pela Certidão nº 2311903 de 19.5.1925 se verifica, que em 19.12.1925 revolvera, ele próprio, fazer uma "NOVA INSCRIÇÃO" ( sem fazer qualquer referência ao registro de nascimento primitivo....), simplesmente DECLARANDO chamar-se GERMAN ROMANO PORCHER. Ao imigrar para o Brasil, poucos anos depois, aqui simplesmente adotou o nome de HERMANN PORCHER, e ao naturalizar-se BRASILEIRO, em Dezembro de 1953 ( veja jornal "O Estado de S.Paulo de 12.12.1953), mais uma vez mudou o nome para HERMANN PORCHER FILHO, nome que depois nunca usou. Toda esta documentação ORIGINAL está em meu arquivo. Já é falecido há cerca de 10 anos.)))
Pouco depois, já "inventou" uma Lista de Preços Fixos nº LXVII (67), e em abril de 1938 emitindo a lista seguinte....com o nº 78, em Dezembro de 1938 seguida pela de nº 89. Já na lista de fevereiro de 1939, ( nº 90), foram oferecidas as Barras de Ouro de Meili, nº 1815-V-167 por R$ 5:000$000 e nº 1816-SF-218 por R$ 4:500$000.
Em 10.4.1940 mimeografou o Boletim-Leilão nº 101, de preço fixo, e nele já anunciou a venda de vários "Medalheiros" avulsos, e dois deles COMPLETOS com a COLEÇÃO DE MOEDAS DE COBRE etc...1.070 peças pela bagatela de R$ 6:500$000. Veio em seguida um outro Leilão nº 6 em 30.11.1940, em que os dois medalheiros já eram vendidos a preços reduzidos.
Continuou fazendo listas de venda para em 31.12.1942 apresentar o Leilão nº 7, em que foi oferecido no lote nº 525 a Coleção Meili de "Moedas Portuguesas" ( 400 peças desde 1367 de prata) por RS 2:500$000 e o lote nº 528 com a Coleção MEDALHAS E CONDECORAÇÕES DO IMPÉRIO ( 1.097 peças, sendo 13 de Ouro) por Rs 10:000$000, e isto , quando em 31.3.1943, um Dobrão de Minas 20$000 - 4m 1725 era oferecido a por CR$ 2.500,00. Por sinal neste mesmo leilão já foi oferecida por CR$ 60.000,00 a Barra de Ouro de Meili nº 1830-SF-35, consignada por Waldemar Thiesen, do Rio Grande ( RS), que em 1935 a tinha comprado diretamente de Spoery.
Fui tão explícito neste relato, para preservar para as gerações futuras a verdadeira história e o triste fim da famosa coleção de JULIUS MEILI, que será sempre lembrado como o verdadeiro "Pai da Numismática Brasileira", e isto com muita justiça.
Tinha sido ele possuidor das seguintes barras de Ouro, por mim catalogadas ( nº 33 até 112)
Barra 1817 - V - 997 c/ guia ( 33)
Barra 1816 - S - 2050 c/guia ( 61)
Barra 1811 - SF - 770 s/ guia (66)
Barra 1817 - S - 2311 s/ guia (34)
Barra 1814 - S - 1672 s/ guia ( 62)
Barra 1816 - SF - 218 s/ guia ( 66)
Barra 1820 - SF - 20 s/ guia ( 35)
Barra 1816 - S - 3032 s/guia ( 63)
Barra 1830 - SF 25 c/ guia ( 112)
Barra 1804 -R - 1324 c/guia ( 60)
Barra 1815 - V - 167 s/ guia ( 64)
Ainda, para preservar para a posteridade , vai a seguir transcrito a tradução da carta de 29.5.1931 do Museu Suiço , vendendo a Coleção Meili.
Ao Embaixador da Suiça no Brasil
Sr. Albert Gertsch
Rio de Janeiro
Resp. Sr. Ministro.
Por recomendação do Conselheiro Dr. G. Keller, de AARAU, membro da Comissão do Museu Cantonal, e autorizado por esta, tomo a liberdade de me dirigir a vós, sobre um assunto do Museu Cantonal SUIÇO.
Como talvez seja de seu conhecimento, o Dr. Julius Meili, falecido em 1907 em Zuerich, durante a sua permanência como CONSUL da Suiça no Rio de Janeiro, organizou uma Coleção de Moedas e Medalhas e Papel Moeda Brasileiros, que foi por ele descrita em uma obra de 2 volumes com o título de "O MEIO CIRCULANTE BRASILEIRO". ( NOTA: Na verdade em 4 volumes).
Pela herança de MEILI, o Museu Cantonal da Suiça entrou em posse desta grande coleção. Como a nossa instituição, por lei, só deve colecionar ANTIGUIDADES SUIÇAS, esta coleção, embora muito valiosa, é em nosso acêrvo um " CORPO ESTRANHO".
Assim, sendo, as "autoridades administradoras" do Museu consultaram os herdeiros, se não lhes seria permitido VENDER ESTA COLEÇÃO, e denominando as antiguidades com o dinheiro como DOAÇÃO DA HERANÇA MEILI. Isto nos foi permitido, mas com a condição de ".....SER A COLEÇÃO VENDIDA EM BLOCO A UMA INSTITUIÇÃO PÚBLICA, seja do Govêrno ou a um MUSEU, POR SUA VEZ COM A CONDIÇÃO, QUE O CONJUNTO NÃO PODERIA SER RETALHADO.
Compreenderá V. Excia., que isto para nós é um problema de muito difícil solução, por se tratar de um valor relativamente elevado. Uma firma de renome mundial, de LONDRES, nos fez uma oferta de....50.000 Francos Suiços em OURO. Achamos, porém, que esta oferta É MUITO BAIXA, e além disto o comprador não nos poderia dar a garantia de não ser a coleção retalhada.
Sabemos, que atualmente a situação do Brasil não é "brilhante", mas não obstante tomamos a liberdade de nos dirigir a V, Excia. com a pergunta, se não vos seria possível entrar em contato com as autoridades do Governo, com a indagação, se não estariam interessados na aquisição desta coleção. O preço poderia ser discutido posteriormente. Pensamos numa base de 80.000 Francos Suiços.
Para sua orientação, permita-nos dar vos uma idéia do que seja esta coleção:
516 peças - Barras e Moedas de Ouro, Pêso total 6.163,83 Gr. Isto na cotação do ouro seriam
19.500,00 Francos Suiços;
729 peças - Moedas de Prata;
1814 peças - Moedas de Cobre, Latão, Chumbo, Alumínio e Estanho.
Total de 3.059 peças.
Além disto há ainda o acêrvo, uma coleção MENOR de MEDALHAS e uma COLEÇÃO COMPLETA de Moeda Fiduciária.
Agradecendo, Sr. Ministro, antecipadamente os seus préstimos, pelo que desde já vos expressamos o nosso agradecimento, subscrevemo-nos,
MUSEU CANTONAL DA SUIÇA em ZUERICH - assinatura: O Diretor, em 29.05.1931
Nota do Prober: Esquecido....da LEI que lhe proibia colecionar ANTIGUIDADES ESTRANGEIRAS, o Museu se tinha APRESSADO em receber a doação, e com tôda a proibição do conjunto ser retalhado, já em 1910 e 1911 se tinha vendido "pedaços" em leilões de Amsterdam. E finalmente agora ( 1931) 20 anos depois, ao invês de passar o ACÊRVO a um MUSEU GOVERNAMENTAL DA SUIÇA, colecionando objetos ESTRANGEIROS, estavam "preferindo" VENDER TUDO para entrar na posse do dinheiro....; LÁ COMO CÁ, MÁS FADAS HÁ... Nota: A coleção foi recebida por DOAÇÃO...., portanto, com anuência do MUSEU e NÃO por HERANÇA.".
Nota do BLOGUEIRO: Assim termina todas as dúvidas sobre a COLEÇÃO MEILI, suas idas e vindas e o RETALHAMENTO de sua coleção, a qual o próprio MEILI, doou sua coleção a um MUSEU SUIÇO, achando que iria ser preservada e acabou sendo vendida em pedaços e por vários anos, pelo menos em 40 anos subsequentes depois de sua morte, em virtude da grandiosidade de sua Coleção.
Neste mesmo livro de Kurt Prober, ele às páginas 64, continuava a falar sobre HERMANN PORCHER seu então DESAFETO, mas o curioso é que o PORCHER já havia falecido há dez anos quando em 1990 o Prober, ainda com muitos "ressentimentos" acusava uma pessoa que já não podia se defender:
Diz ele ainda:
HERMANN PORCHER. O que tinha a dizer sobre este cidadão, já foi dito no capítulo D) Ref. 1 ( Coleção Julius Meili). Mas devo esclarecer, que de Março de 1947 até 1949, estive associado (comanditário), organizando-lhe 9 leilões por correspondência ( nº 1 a 9) , tendo de desmanchar esta ligação, quando descobri, "que meu dinheiro vinha sendo usado para a compra de BOITES noturnas" , e não mais estava disponível para a compra de coleções numismáticas. A declaração por ele assinada no final do leilão nº 9 de 31.5.1949 foi a pá de cal do nosso relacionamento.
Durante este período de minha presença na firma NUNCA SE VENDEU NENHUMA BARRA "FALSIFICADA", embora várias nos tem sido oferecidas. Vendemos apenas as barras autênticas 1813-G-327 ; 1818-v-641 e 1932 SF - 114 ( com guia).
Em 1945 um conhecido colecionador, diretor de importante Banco no Rio de Janeiro, cansado de ser explorado, mandou fazer pelo "cartoonista Roland", duas magníficas "charges" sobre "moedas" e "barras" FALSAS, que vinham sendo impingidas aos numismatas, cujos "originais" recebi mais tarde, ao comprar os restos de sua coleção. Em 1953 já tinha mudado para a rua Cap.Salomão, 40 6º andar sala 602.
A "charge" de um "fardado contramarcando moedas", já foi publicada na Revista Numismática da S.N.B., de S. Paulo em 1947, num artigo "MARTELADA EM FALSO", e na época todo mundo reconheceu o "herói". A outra era um "negociante oferecendo uma barra FALSA" que ele mesmo publicou em 1945, num folheto ofensivo, é que depois distribuiu. No momento não encontro em meu arquivo nem o folheto nem o interessante desenho satírico. Mas se o encontrar, será naturalmente só a "charge" sem qualquer comentário, publicado na Introdução do Catálogo das "Barras Falsificadas e outras coisitas", pensando ter podido transmitir aos numismatas de hoje, e principalmente aos estudiosos do futuro, tudo o que revelaram as minhas pesquisas de mais de 50 anos, e muitos dados ainda complementados pelo Sr. Hans Kochmann, de São Paulo.
Sei que muita gente "bôa" não irá gostar da revelação de todas estas particularidades, mas para sanear uma numismática "vítima da exploração por parte de cidadões "irresponsáveis", ainda hoje, é preciso que a verdade seja dita, e ....divulgada.
ESTE é o VERDADEIRO KURT PROBER.
Ps. Vou ver se acho estas CHARGES e divulgo as imagens neste BLOG. Ele falava de dois comerciantes, um deles era o HERMANN PORCHER e o OUTRO era o SANTOS LEITÃO, do catálogo de moedas, sobre este último a história é longa e o PROBER, não poupa nem um pouco a honra dele. Talvez num futuro, passo a divulgar mais esta história sobre o SANTOS LEITÃO.
Abraços a todos.
João Gualberto Abib em 31/08/2008.
Obs. Charge inserida no BLOG em 01/08/2008, extraída da Revista Numismática do ano de 1947 em matéria de Kurt Prober/Isa Ch'an com título "Marteladas...em Falso...."
Na caricatura que abre este post, aparece à direita do "artista" uma araucária, o pinheiro do Paraná. Seria apenas mera coincidência ou Kurt Prober, como bom maçon que foi, estaria sinalizando algo mais?
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